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INSTALAÇÃO + EXPOSIÇÃO COLETIVA
 

Arthur Arnold, Edu Monteiro, Hal Wildson, Jan Kaláb,Marcela Gontijo,

Marcos Roberto, Paulo Vieira, Tinho, Viviane Teixeira, Xico Chaves

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INSTALAÇÃO "PÁSSARO QUE CANTA NA GAIOLA
DESCREVE AS NUVENS LÁ FORA"

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EXPOSIÇÃO "DAS ESPUMAS QUERER SALVAR UMA RUÍNA"

12|02|22 - 05|03|22

"PÁSSARO QUE CANTA NA GAIOLA DESCREVE AS NUVENS LÁ FORA"

INSTALAÇÃO DE MATEU VELASCO

 

Um poema é uma coisa que evoca memórias de coisas reais e imaginárias (…)

As coisas sobre a janela agem como um poema.

Elas são imagens que não refletem nada (…)

Eu canto sobre as coisas sobre a janela

(Jarkko Laine)

 

PÁSSARO QUE CANTA NA GAIOLA DESCREVE AS NUVENS LÁ FORA

 

Me interessa a realidade distraída do cotidiano,

a domesticação do nosso domicílio no espaço

e das paisagens que articulam nossa experiência da duração do tempo.

 

Me interessa o que talvez não interesse.

Somos o que lembramos ser.

O reflexo dentro dos olhos refletidos no espelho.

As coisas que passam e ficam guardadas em algum lugar no futuro,

bem no limite do que conseguimos ver……

 

Sartre diria que “pinturas são janelas para um mundo inteiro”, pois ao tensionar a realidade física e estrutura expressiva, assombram nosso olhar.

No entanto, nosso espaço existencial não é um espaço pictórico bidimensional. É preciso estar entre as coisas para projetar significados e significações no que vemos; transformar o caos em cosmos.

Nossos ambientes vêm perdendo gradativamente sua essência material e se impregnando com seu caráter formal.  A forma do ambiente que nos cerca define o tempo presente.

Esta série surgiu a partir da coletânea de fragmentos do mundo real simulado pelo virtual. Nos últimos dois anos percorri distâncias enormes dentro do Google Street View, coletando paisagens e memórias achatadas pelos pixels do monitor.

Usando apenas material de construção, procurei resgatar o que foi apropriado pelo virtual. Compensados de madeira, tinta para piso ou automotiva, pincéis de parede. Como que para reconstruir o que foi tomado fosse necessário construir uma realidade tangível. O contraste da tinta preta sobreposta à brancura da tela, do liso, encerra a calmaria do vazio. Latas vazias, restos de obras e objetos ordinários do dia a dia. Escombros, sobras e descartes estão à margem da funcionalidade e da estética. O descartável é efêmero na forma, mas atemporal na matéria. O desgaste e a decomposição geralmente não são considerados elementos positivos sobre o caráter atemporal que uma obra de arte deveria ter, pois contrapõe a ideia de duração. Mas afinal, quanto tempo o tempo tem?

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“DAS ESPUMAS QUERER SALVAR UMA RUÍNA”

EXPOSIÇÃO COLETIVA: ARTHUR ARNOLD, EDU MONTEIRO, HAL WILDSON, JAN KALÁB,

MARCELA GONTIJO, MARCOS ROBERTO, PAULO VIEIRA, TINHO, VIVIANE TEIXEIRA, XICO CHAVES

 

 

Partindo do verso do poeta francês Stéphane Mallarmé, a exposição “Das espumas querer salvar uma ruína” se aproxima das noções de identidade presentes no trabalho de cada um dos artistas representados pela Galeria Movimento. Com o pensamento voltado para os esquemas de ordem e acaso, a mostra se equilibra entre esses dois conceitos para refletir sobre um tempo que já nasce em sua própria ruína, levantando a pergunta: quem somos nós diante do contemporâneo?

 

Com a presença de diversas materialidades que enriquecem o escopo da galeria, a exposição se abre e abraça seus convidados a fim de propor um pensamento conjunto sobre os limites entre o eu, você e o objeto de arte, refletindo sobre as múltiplas afetações presentes na relação entre obra e espectador, como ao mesmo tempo um caminho sem volta e uma memória do que permanece, tornando-nos capazes de sermos novas pessoas a partir do contato com a arte.

Em conjunto, os diversos contextos de cada artista fazem com que a exposição aconteça em uma certa distância da representação clássica, dos desvios da intenção e da arte autocentrada, reposicionando seus potenciais crítico e estético, capazes de tornar as práticas artísticas intervenções no aqui e agora. Diante desse discurso, os trabalhos se engrandecem pela sua capacidade de assumir esse tempo, essa causalidade para si, apropriando-se de uma parte importante do que perdura após o furacão do estourar de uma bolha.

 

Ao aproximar as narrativas presentes no trabalho de Marcos Roberto com Xico Chaves, ou de Tinho com Paulo Vieira, a mostra nos coloca diante de questões que persistem em tempos e circunstâncias diferentes. São trabalhos que se afirmam dentro do cenário das artes sob um olhar perspicaz da equipe da Movimento.            

Permanecendo após o sopro da memória e embaralhando seus acontecimentos às ruínas, se constrói uma travessia, onde a obra transgride seu próprio tempo, sua própria linguagem para abrir diálogo com o outro. É em seu lugar, em um certo desequilíbrio, onde cada segundo torna-se um acontecimento.

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