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XICO CHAVES

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 LUZ DA MATÉRIA
Texto: Xico Chaves
24|09|24 - 19|10|24

outra pintura

agosto de 2024

 

…outra pintura, outro objeto, outra cor, outra base para a expressão, ultra pintura, outra matéria, a matéria cósmica. O tempo reduzido ao infinito espaço ótico, sensorial, tela etérea objeto a não-cor artificial, a cor natural, cor absoluta , cor imersiva, cor imantada de todas as cores, a cor invisível para a retina, cor ultra visível, pintura da invenção e fora do quadrado, o barulho do silêncio, a multíplice poética da pintura abstrata, concreta, figurativa, multivisual, epidérmica paisagem eterna, voo inter cósmico, multidirecionalidade cromática, salto no abismo mineral concreto da cor real e imaginária, fluxo colorista absoluto, múltiplo na refração da luz, difração e reflexão sobre a cor matérica, sobre a sua imaterialidade, cor inclusiva, oculta, hermética e extensiva, alquímica de raio infinito, sem centro, cor de todas as cores simultâneas e multiplicadas no mergulho do objeto-pintura, sonoridade silenciosa da inércia cromática, da ilusão contida na transmaterialidade, convergência magnética cósmica e permanente da cor universal imersa para sempre na eterna luz da matéria escura, argamassa construtiva e desconstrutiva das origens da cor imponderável.

 

“cromocosmo, cor física na difração e reflexão da luz. biocromatismo ótico, holografia natural. geo-ótica. minério bruto. univefrso penetrável. microespelhos no carvão. especularitas. cores no negro. ônix. magnetismo cromático. ferro puro. micrometeoritos. epiderme cósmica. constelações incidentais. solos planetários. geoquasares. Pontos de cor na reflexão à distância. explosão imagética ao aproximar a retina. intersecção de infinitos.” (1986)

 

Cor anticor não cor cor da cor a cor invisível acor dar incor por ar a cor de acôr dar objeto cordel cor súbito acordar na cor, cor ação acordo  cor dão de cor permanente e cor temporária  tempo e cor do tempo das têmperas cor reo gráficas geocor ser cor virar a cor de cor de corar colorir rir  de coro de vozes coro de cordas color ao acordar em cor ação com acordes de colorações e cromatismos  cor cro ma  amor cor da paixão  macro cor e micro cor em translúcido objeto de cor sobre cor de transparência e corpo de cores copos de pigmentos de cor de terra a colorir chão e céu e água cor de pedra de coloração ver melha ver de verdade corisco de fogo no azul ultra mar na pele cinza na folha ver de cor verde escura a cura pela cor vermelha inexistente tente a cor flexível arco íris de cor e luz da cor refratada a cor no espelho o rosto azul da nuvem de poeira branca cor descorada aquarela acetinada cor de por de sol e raios de cor no prisma acordar o olhar a cor fixa e a cor que voa cor da lama cor do acorde acordar com a luz na  retina e a cor dar na luz do dia a cor da noite e das estrelas no vão da noite só lar há cor em tudo que se move comove e acorda em nós um acorde e um sentido de sal e cor cromo cromossomos como somos cores acordadas sobre cores de cordões somáticos em cores abstratas colorações de minas de ferro e quartzos aflorando à superfície de óxidos e micas e hematitas cor adas de ímãs de limalhas e ferrugens da cor do açafrão da cor dos veios de verdes claros e marrons de montanhas de manganês de cor negra intensa e areias finas de sílica no ar descolorido impregnado de poeiras de espelhos de ferro pulverizadas sobre dunas de cor arroxeada na beira das estradas e pedras lisas de cor indecifrável no fundo dos riachos e nas roupas de algodão cru dos homens de ferro de rochas antigas virando pó de cores neutras e objeto-cor desconhecidos cores foscas cor de cinzas e branco sobre branco sobre branco sobre branco sobre o negro imenso das prospecções universo adentro a cor da matéria escura.

objeto poema

agosto de 2024

 

Objeto poema e objeto sim não objeto, objeto não, tudo é objeto. Objetivo nunca alcançado o objeto inexiste para ser não objeto. Para ser além de si o infinito objeto onde a criação habita e desabita onde é objeto-pintura, escultura-objeto, performance-objeto, objeto-intervenção, objeto corpo simplesmente objeto em movimento, antiobjeto psíquico místico esotérico, objeto voa, voa não objetivamente e cai tal qual um poema sem fim na paisagem poema, objeto-horizonte, céu e pedra anti-poema na imagem com o sol ao vento, objeto centro de absoluta liberdade de expressão, não objeto sem controle, objeto não impositivo, poema-desobjeto contra as ditaduras da inflexbilidade, contra a afirmação definitiva, manifesto a favor do objeto infinito para sempre, portanto portador do manifesto aberto a todos os sopros da criação e da invenção como prazer e consciência de seu papel revolucionário, criador de autonomias e independência individual e coletiva.

 

Sonoro objeto numa lâmina brilhante ,objeto sonoro óvni espaço cósmico do poema aberto nas galáxias do coração-objeto. poema de imagens sem palavras palavras sem imagens, a poesia é uma coisa o poema é outra onde cabe o não objeto, o objeto sim e o objeto não, cabe uma onça pintada sobre uma lâmina de vidro, um cristal de sal na água, oculto como um mito amazônico na cerâmica manauara, nos olhos de uma anta, como poromina-minare pode ser tudo menos deus, mas deus-objeto pode. pode ser uma árvore sagrada, um objeto poema na sombra de uma sumaúma gigante. um poema é maior que a poesia por não ser só palavra sobre palavra, no poema visual onde palavra é um objeto a mais, um objeto, sim.

 

Entre a palavra-objeto e a imagem não há uma linha limítrofe que a semiótica com sua inteligência artificial decodifique ou traduza. uma imagem não fala por mil palavras e o inverso também é verossímil. nada disso se define com palavras ou imagens. o poema imágico não tem limites. o poema objeto e o objeto-poema são mais que inter-signos. são também o que se associa, o que para o artistapoeta é um vício: vasculhar uma galáxia de detritos para encontrar sentido em prosseguir o seu ofício. constrói-se a obra que se faz com o título. configura-se o título quando a imagem o torna explícito. resgata-se o código oculto no eclipse, onde se exprime a imagem que a palavra excita. no poema onde a estrutura se exercita, articula-se a forma construtiva. no poema espontâneo do improviso psicografa-se o imprevisto. descompõe-se o óbvio quando a ruptura se livra do delito. soneto-concreto-processo-objeto-pintura-objeto-vídeo-quase-cinema performance-dígito-virtual-visível-invisível, a palavra-imagem é apenas um dos veículos do poema (texto, fragmento, figura, gesto, som, pó ou cor volátil, tinta, invisibilidade cromátiaca, macro e micropintura, etc e tal e tudo o mais). nas linguagens limítrofes coexistem quase-cinema, quase-pintura, quase-teatro. não existe quase-poema. O poema afina e desafia a melodia .transgride e  reconstrói a desconstrução de si mesmo e  se alia à poesia onde o olhar se anistia. em sua órbita, não se alinha a um único destino. surge de um ponto da paisagem vazia e se aninha na própria forma que lhe deu origem. em toda sua absoluta liberdade, fica o dito pelo não dito, onde o ponto final não é limite, nem existe (sem ponto final)...

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