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PAULO VIEIRA

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VISITAÇÕES
Curadoria: Ziraldo
julho/2011

Em arte, tenho meu próprio critério de julgamento: a comoção que a obra posta e minha frente me provoca, transfere a ela um certificado de qualidade. Para mim, não existe arte sem comoção. A proposito está sendo uma experiência das mais estimulantes acompanhar a evolução da pintura de Paulo Vieira, assisti-lo na batalha da construção do seu caminho. 

 

Outra opinião pessoal que tenho sobre arte vem do fato de crer que, além do valor da comoção que uma obra dita de arte me provoca, está a importância que confiro ao conhecimento - por informação ou por intuição - do processo que levou o artista a conceber e realizar a obra que se oferece à minha observação. 

 

Não tenho medo de referir-me a importância que tem para mim - para além da fatura e dos elementos que compõem a fatura da obra - o modo pelo qual artista e obra se misturam; como a ânsia da busca envolve corpo e alma do artista, como ele entremeia vísceras e nervos e buleversa cada musculo do seu cérebro nesse longo processo o faz sofrer de desesperança ou salivar de prazer e repouso. 

 

Ao observador atento, creio, não e preciso um vídeo sobre o making off da feitura da obra exposta para avaliá-la pois, neste ato, vale sua inseparável intuição. Se esta cabe ao observador, cabe ao artista a certeza de que não existe arte sem obsessão. 

 

Arte que não ameaça o artista e arte menor. 

 

É isto em que creio. 

 

É difícil que exista uma arte intensa e verdadeira sem que o artista não tenha vontade de pedir a Deus - ou ao Diabo - que não o torture tanto. Só o artista sabe - mas pode estar enganado! - que não achou ainda o que está procurando. 

 

A arte de Paulo Vieira, a cada dia, me comove mais. Gostaria de ficar para sempre com muitos dos quadros que ele - ao longo da descrição do que vi e aqui mencionei - pintou para esta exposição e de levar para casa, também, muitas das páginas dos cadernos com seus torturados desenhos. Sua aflição e busca, porém, ainda não me informaram em que estágio sua pintura está. O certo e que estamos diante de um pintor com uma forca extrema e poderoso talento. 

 

A partir desta exposição o público amante da arte no Rio - e no Brasil - vai entrar em contato com a obra de Paulo Vieira. Não preciso dizer que é uma boa hora para se ficar atento a sua evolução, mesmo percebendo - como aqui se prova - que está é uma bela fase de um grande pintor que surge entre nós. 

 

Ziraldo

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