HERBERT BAGLIONE
RITO
Curadoria: Marvin Rantex
outubro/2015
RITO
Em Passados tempos
Seguia sombras
Vivendo dentro de um cubo
Vendo a vista por entre quadrados
Pensando sobre como
Persistir em continuar...
Dando vida a quadros
Materializando fragmentos de criações
Que já não cabem na cabeça
O Corpo curva
No dever de carregar o fardo
E o peso do casco
Bardo
Paciência ao aceitar a lentidão
Em cativeiro por opção
Melancolia e angústia
do velho jabuti em extinção
Árduo processo em abdicar da zona de conforto
Condicionar o Físico
Abandonar camas e cadeiras
Alcançar o cume da montanha do espírito
Recondicionar a mente
Mistérios da coluna Vertebral
Jejum de Palavras.
Raras aparições
Preparação e coragem
Inevitável Impacto
BOOM.
Abriram a caixa de Pandora.
Tudo se faz luz.
Bem-vindo ao novo tempo
Aqui agora e o todo.
Permitir-se viver os sonhos,
Voar sem asas.
Já não há mais paredes
Visto além do alcance
Tucanos, Tartarugas, Árvores
Sereias flores.
O amplo horizonte e a resposta
Deixa o passado pra depois
O tempo cuida
A mar
Infinito como o azul
Cobal do
Ultramarino
Aceitar a vida,
E deixar morrer
O que já não nos cabe
Despir-se de todo ego, orgulho e vaidade.
Nó, de corpo e alma
Pleno
Admirarmos nos iguais
Pontos de luz
Filhos celestiais
No jardim do Éden
Marvin Rantex
Com 20 anos de carreira e trabalhos reconhecidos e respeitados mundialmente, o artista paulista Herbert Baglione apresenta aos cariocas sua primeira mostra individual no Rio intitulada Rito.
Herbert Baglione, apresenta trabalhos inéditos que refletem a sua fase em transição. O artista que começou no ano de 1999 pintando as famosas sombras, considerada uma fase negra e pesada de sua carreira, hoje apresenta nove telas e dez fotografias que transportam as mais conflitantes emoções evidenciadas nas cores e traços de seus trabalhos, desta vez, bem mais coloridos e cheios de luz.
Nos últimos três anos e meio Baglione fez exposições individuais em lugares muito especiais e que concentram muita energia, como Colômbia e México, e o artista por estar em carne viva, sensível, buscando respostas muito profundas, viu coisas que prefere não mais revisitar em seu trabalho: a angustia, o lado negro, o lado que provocava discussões relativas a religiosidade, o sexo e a violência de uma forma geral. No processo atual a sensibilidade é notória e o artista foca em trazer luz e a alegria nos trabalhos, como se fosse um processo de limpeza em obras mais abstratas e leves.