Porto Alegre, RS - 1972
Vive e trabalha em Rio de Janeiro, RJ
Edu Monteiro é artista e pesquisador. É pós-doutor e doutor em Artes pela PPGHA/UERJ e mestre em Ciência da Arte pela PPGCA/UFF. Possui formação em Artes e História Visual pelo Museu Jeu de Paume, Paris (França). Como artista, possui obras no acervo do MAM-RJ/Coleção Joaquim Paiva, Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), entre outras. É autor dos livros “Paisagem Vertical” (Nau editora, 2022), “Autorretrato Sensorial” (Pingadoprés, 2015) e “Saturno” (Azougue Editorial, 2014). É vice-líder do Grupo de Pesquisa LAPA – Laboratório de Artes e Políticas da Alteridade, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Em 2021, ganhou o XVI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, em 2019 foi finalista dos prêmios nacionais de fotografia Pierre Verger e Chico Albuquerque.
Entre suas exposições individuais destacam-se “Madureira em Transe”, no Sesc Madureira em 2022, “Corpos em Luta” na Galeria Movimento em 2019, e “Costas de Vidro”, na Z42 Arte Contemporânea em 2018, - todas no Rio de Janeiro (RJ). “The Invisible Fight” no China Art Museum, em 2017. “Saturno” na cidade de Dali no DIPE - 6th Dali International Photo Exhibition e em Yixian durante o Yixian Photography Festival, ambos na China em 2015. No mesmo ano expôs “Autorretrato Sensorial” no Paraty em Foco, no Rio de Janeiro (RJ). Em 2014 sua série “Autorretrato Sensorial” participou do Lianzhou Foto Festival, em Lianzhou (China), que também foi exposta na DOC, Galeria em São Paulo (SP).
obras
SÉRIE: PAISAGEM VERTICAL
Paisagem Vertical é uma cartografia pessoal que subverte a representação comum do espaço, é um encontro de temporalidades. Em 1997, Edu Monteiro fotografou a região de Aparados da Serra, na divisa entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina. São registros do início das transformações causadas pela chegada do asfalto e das paisagens verticais do Sul do país. Em um diálogo de imagens anteriores e novas, realizadas em 2022, sujeito e espaço se confundem, tensionam a relação entre natureza e cultura através de fotografias atravessadas por performance e objetos escultóricos que marcam as mudanças no local e na poética de Edu Monteiro ao longo desses anos.
Paisagem Vertical foi contemplada com o primeiro lugar no XVI Prêmio Marc Ferrez de Fotografia.
SÉRIE: LADJA
A partir do aprendizado de oito meses da ladja – uma dança de combate embalada pelo canto e o toque do tambor, ato de afirmação cultural nascido nas encruzilhadas da diáspora africana na Martinica – este trabalho mergulha no universo do colonialismo.
Uma travessia que parte de suas rotas mais perversas, para navegar nos gestos de resistência corporais, artísticos e literários, até emergir nos atravessamentos das fronteiras físicas e culturais de suas expressões na contemporaneidade. Esta pesquisa ancora-se na busca pelo principal fundamento desta luta,ou wè`y ou pa wè`y, expressão em crioulo que significa "vê mas não vê" e se refere à capacidade ilusionista dos golpes deste combate, que impossibilita a percepção visual do oponente diante do ataque, transformando o visível em invisível através do corpo.
Um dos caminhos para se chegar a este fundamento é o ékilib/dézékilib, equilíbrio/desequilíbrio em crioulo, trata-se de uma estratégia utilizada pelos lutadores para enganar o adversário através da simulação de desequilíbrio. Fundamento e caminho que também se apresentam como metáforas do que deve ser mostrado ou ocultado para se manter o prumo da existência em sociedades desequilibradas pela escravidão.
É da memória ancorada no corpo, do sobrevoo simbólico desta busca e das vibrações emanadas no corpo, no verbo, no ritmo, na imagem e na matéria que nascem as proposições artísticas deste trabalho.
Wolo [Tríptico]
Impressão em papel algodão Hahnemühle PhotoRag Baryta 315g
Edição: 7 + 2 PA
113 x 300 cm
SÉRIE: CAIXAS DE MEMÓRIAS ANCORADAS NA PELE | ILHA-TERREIRO
Com a instalação “Caixas de memórias ancoradas na pele” Edu Monteiro foi finalista do prêmio Pierre Verger 2019. São fotos de Laamb, também conhecida como luta senegalesa, impressas em pele de carneiro. Este trabalho possui um aspecto escultural que remete à tridimensionalidade da arte africana. A retro iluminação confere textura ao couro: cada pele tem uma história, uma vida, o que torna cada impressão única.