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Barra do Garças, MT - 1991

Vive e trabalha em São Paulo, SP

Artista multimídia e poeta, nascido em 1991 no  Vale do Araguaia (Barra do Garças/MT - Aragarças/GO), região de fronteira entre Goiás e Mato Grosso, conhecida rota e portal da Amazônia Legal, lugar determinante para entender a essência e as motivações de seu trabalho.


Sua pesquisa emerge de sua vivência no sertão do centro-oeste, marcado  pela configuração de sua família mestiça e marginalizada, o artista investiga a construção do Brasil confrontando os projetos de identidade, memória e esquecimento que sustentam a história oficial, na medida em que busca respostas sobre a própria origem.

Em 2022, Hal Wildson recebeu o Prêmio de Residência Artística no Salão Nacional Arte Pará 40º Edição, realizado pelo Instituto Inclusartiz, no Rio de Janeiro. E em 2019, conquistou o primeiro lugar na categoria "Arte sobre papel" do SESI Arte e Criatividade (Goiás) com a obra “Em meio às ruínas a reconstrução”. 

obras

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SÉRIE: REFLORESTAR O IMAGINÁRIO

  

A série “Reflorestar o Imaginário” carrega poemas em forma de bandeiras. As frases hasteadas refletem a temática, através da percepção poética do artista, de “reflorestar” o imaginário das Amazônias e produzir conhecimentos capazes de criar novos horizontes para além do projeto de apagamento que persiste desde 1500. O caminho dos rios das bacias hidrográficas que banham o Brasil e os países vizinhos são elementos importantes, que bordados nas bandeiras, complementam imageticamente as poesias estampadas e que nos convidam a entender os veios dos rios como fios constantes de memória.

A série evidencia a importância do conhecimento e da preservação das florestas como parte essencial da nossa ancestralidade.

Reflorestar
Bordado dupla face sobre tecido Oxford
Edição: 5
90 x 128 cm
2023

SÉRIE: DOCUMENTOS DE IDENTIDADE

  

A carteira de identidade oficializa, com uma foto 3 x 4 da bandeira e um mapa no lugar da impressão digital, a herança colonizadora, escravocrata e conservadora do Brasil. Neste trabalho, Hal Wildson, nascido no Vale do Araguaia, região fronteiriça de Goiás e Mato Grosso, investiga documentos pessoais e oficiais como ferramentas de manipulação de memórias. O artista discute como a criação do Brasil foi moldada por ficções e projetos de poder, permeada por uma história oficial controlada pelo olhar do opressor. O documento torna se suporte para a oficialização das formas de apagamentos sociais e o estado de crise de suas instituições, colocando em questão a formação e a identidade do povo, dentro de uma noção imposta de identidade nacional.

(Revista SeLect edição 2022 (Arte e Política), texto Luana Rosiello

SÉRIE: UTOPIA ORIGINAL

Através do conceito de Utopia (sua etimologia: lugar nenhum), a ideia de um país em construção e de uma pesquisa extensa sobre manifestações populares no Brasil, o artista se apropria de diversas imagens de domínio público e cria uma nova imagem, uma “Utopia Reinventada” a partir de lutas sociais e protestos públicos. Questiona o conceito e a origem da “Utopia Brasileira” e se debruça em uma pesquisa utilizando técnicas de documentação para criar uma imagem documental-ficcional, onde debate temas contemporâneos e questiona a forma como contamos e documentamos a história.

SÉRIE: REPÚBLICA DA DESIGUALDADE - MERITOCRACIA SEJA LOUVADA 

Essa série se apropria da carga simbólica do "Real", do poder fotográfico de registros de memória do Brasil, assim como, do lema de uma sociedade que acredita no mérito como a solução para a pobreza, a fome e a falta de oportunidades.  Hal Wildson faz alusão a nota mais valiosa do Real. As obras são propositalmente maiores que uma cédula original, evidenciando um discurso ilusório, sem valor e cheio de promessas que há séculos vem sendo entregue ao povo brasileiro.

SÉRIE: SINGULARIDADES 

  

O que nos determina como povo? Nosso 'documento de existência' é um CPF, um RG ou uma impressão digital? O que nos identifica são as nossas diferenças? A nossa impressão digital está em destaque nos documentos pessoais e nos serve como um carimbo singular da nossa existência na sociedade. A digital carrega características únicas da nossa singularidade e é utilizada como documento de identificação. Mas, como “povo brasileiro” qual a nossa marca? O que nos identifica como marca intrínseca do Brasil?

São essas questões que alicerçam essa pesquisa, os signos da memória e identidade se cruzam na medida em que se complementam e se constroem. Nesse trabalho é possível ver a construção imagética dessa ponte simbólica. Não existe identidade sem memória, o brasileiro é fruto de sua memória e o povo é a 'impressão digital' de seu país. O que nos determina como Brasil é o povo Brasileiro, nossas singularidades são múltiplas, somos um Brasil feito de “Brasis”.

SÉRIE: RE-UTOPYA 

  

Na aldeia Tupi-Guarani em São Sebastião, sonhei com a expressão Re-Utopya escrita em urucum e dendê. Da palavra e seu simbolismo vi uma bandeira do Brasil, mas entre as estrelas se escrevia: “teko porã e ubuntu”, substituindo o slogan positivista “ordem e progresso”.

“Teko porã” expressa o bem viver em comunidade, uma busca por equilíbrio nas relações entre as pessoas e o meio ambiente, capaz de compreendê-lo como um ser vivo e ativo. “Ubuntu” significa “eu sou porque nós somos”. Eu sou humano, e a natureza humana implica compaixão, partilha, respeito, empatia. Assim, escrevi o Manifesto Re-Utopya, se não é mais possível apagar o passado do país, que seja possível sua reinvenção.

SÉRIE: AFLUENTES

  

Na série “Afluentes” eu ampliei os símbolos de resistência para além do "Riacho do Ipiranga" e criei um Brasil irrigado por rios de resistência. Me aproprio de fotos históricas que povoam o imaginário popular e dou uma cara para essa luta, a independência do Brasil foi mais do que o Riacho do Ipiranga, literalmente muita água correu debaixo da ponte para que chegássemos àquele momento. Assim, dou rostos indígena-preto-ancestrais a essa batalha. As obras da série levam o nome de rios e riachos que abasteciam  quilombos e aldeias, os mesmos rios que demarcam o território do Brasil e que simbolicamente se assemelham à veias irrigadas de sangue e de luta durante séculos de resistência.

SÉRIE: AFLUENTES

  

O que nos determina como povo? Nosso 'documento de existência' é um CPF, um RG ou uma impressão digital? O que nos identifica são as nossas diferenças? A nossa impressão digital está em destaque nos documentos pessoais e nos serve como um carimbo singular da nossa existência na sociedade. A digital carrega características únicas da nossa singularidade e é utilizada como documento de identificação. Mas, como “povo brasileiro” qual a nossa marca? O que nos identifica como marca intrínseca do Brasil?

São essas questões que alicerçam essa pesquisa, os signos da memória e identidade se cruzam na medida em que se complementam e se constroem. Nesse trabalho é possível ver a construção imagética dessa ponte simbólica. Não existe identidade sem memória, o brasileiro é fruto de sua memória e o povo é a 'impressão digital' de seu país. O que nos determina como Brasil é o povo Brasileiro, nossas singularidades são múltiplas, somos um Brasil feito de “Brasis”.

SÉRIE: MONUMENTO À INDEPENDÊNCIA

  

Enquanto o hino da Independência anunciava um novo tempo para um “novo” Brasil que agora se libertara das amarras de Portugal, mais de meio milhão de pessoas escravizadas ainda sonhavam com a palavra liberdade tão distante da  nação que se formava. Depois do grito do Ipiranga em 07 de setembro de 1822, o Brasil independente cantava sua liberdade para o mundo, mas continuava sob as rédeas da monarquia, beneficiando-se do aparato da escravidão e alicerçando uma sociedade extremamente desigual feita para manter os privilégios da elite.

 

Esse foi um capítulo importante para entender o Brasil que somos hoje, com a independência surgia também a urgência de criar um conceito do que “é ser brasileiro” e de constituir uma nação sem rachaduras.

 

Em 16 de novembro de 1822, a bandeira imperial foi adotada como um dos símbolos da Independência, bandeira essa que foi reformulada depois do golpe que instaurou a República no Brasil, 67 anos depois. Se a função de uma bandeira é unir um povo através de um símbolo nacional, a história por trás da criação desses símbolos consegue dizer muito sobre as narrativas que forjam uma nação.

 

Debruçado sobre esses conceitos e símbolos  em construção, recrio, de forma crítica, 5 projetos de bandeira que “homenageiam” 200 anos da Independência do Brasil, buscando sintetizar essa identidade nacional por meio de caricaturas ficcionais que se misturam com a realidade.

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